Representantes da Empresa Scamatti & Seller estiveram na quarta-feira (9) em Guaraci e fizeram a devolução do dinheiro dado como entrada por algumas famílias para a compra das casas do “Projeto Minha Casa, Minha Vida”, que seriam construídas na antiga Chácara do Zezão, hoje o bairro Nova Era. Ao todo, 20 famílias foram ressarcidas, de um total de 22 que eram esperadas. O vice-prefeito Élsom Machado e o vereador Vandrei Gasparetti acompanharam a devolução, que foi feita em dinheiro. Há alguns dias, os mesmo representantes da Scamatti & Seller estiveram na cidade, mas como queriam que os pretensos mutuários assinassem a quitação sem fazer o pagamento, apenas prometendo um depósito bancário posterior, não obtiveram sucesso e por isso tiveram que voltar, desta vez, com o dinheiro em mãos. As 225 casas do “Projeto Minha Casa, Minha Vida” deveriam ser entregues no último mês de novembro, mas a empresa paralisou as obras ainda em julho de 2012. Depois do início das investigações do GAECO, o esgotamento das negociações para a continuação das obras e a perda dos prazos contratuais pela construtora, a Prefeitura entrou com uma ação na justiça pedindo o bloqueio dos terrenos, para garantir que seja feita uma nova licitação e outra empresa possa prosseguir com o projeto. A prefeitura teve o seu pedido negado na justiça local, mas, ao recorrer ao Tribunal em São Paulo, conseguiu o bloqueio dos bens. Paralelamente a isso, outra ação requer a devolução dos terrenos, possibilidade prevista nos contratos, para que outra empresa possa seguir com o projeto. “No caso das 110 unidades habitacionais da CDHU, que seriam construídas também pela Scamatti, como o terreno pertence à própria CDHU, outra licitação já foi feita, já foram entregues as propostas e a empresa vencedora será conhecida nos próximos dias e a obra deve ser retomada em breve. Em se tratando do “Minha Casa, Minha Vida”, existe a discussão na justiça, pois a Scamatti é a dona dos terrenos, que foram comprados da prefeitura, como manda a lei e as diretrizes do projeto do Governo Federal. A empresa não cumpriu os prazos e queremos o terreno de volta, para que possamos dar continuidade ao projeto”, explicou o prefeito Renato Azeda. “No dia 16 de abril deste ano, tive um reunião com essas famílias na Câmara Municipal e desde então, mantemos diversos contatos com a empresa em várias oportunidades e em nenhum momento essas pessoas foram abandonadas, como disseram alguns. Procurávamos uma forma desse ressarcimento acontecer o mais rápido possível e quando conseguimos agendar a reunião com os representantes da empresa, a justiça nomeou um interventor e as negociações voltaram à estaca zero. Com essa devolução, temos uma preocupação a menos e podemos nos focar na retomada do terreno” ressaltou o prefeito Renato Azeda. A Scamatti & Seller é investigada por irregularidades em licitações pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), na “Operação Fratelli”. Pelo menos trinta pessoas estão diretamente envolvidas no escândalo e estão impedidas pela justiça de falar em nome da empresa.